ATA DA QUADRAGÉSIMA QUINTA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 10-12-2002.

 


Aos nove dias do mês de dezembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às vinte horas e vinte e seis minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Frei Achylles Nichele Chiappin, nos termos do Projeto de Resolução nº 091/02, (Processo nº 2409/02), de autoria do Vereador Aldacir Oliboni. Compuseram a MESA: o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Frei Irineu Costella, representante da Ordem dos Capuchinhos; o Frei Rovilho Costa, representante dos Freis de Porto Alegre; o Irmão Élvio Clemente, representante da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUC - RS; o Frei Achylles Nichele Chiappin, Homenageado; o Vereador Aldacir Oliboni, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e, em continuidade, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Aldacir Oliboni, em nome das Bancadas do PT, PMDB, PC do B, PHS, PPS e PSL, teceu considerações sobre a vida pessoal e religiosa do Frei Achylles Nichele Chiappin, destacando a retidão de caráter e a dedicação sempre demonstrados por Sua Reverência no exercício de suas atividades sacerdotais e afirmando que a concessão da presente honraria a Sua Reverência é o reconhecimento da população de Porto Alegre à importância de sua atuação junto à comunidade local. A seguir, o Vereador Aldacir Oliboni assumiu a direção dos trabalhos e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da Bancada do PPB, salientou a justeza da concessão do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Frei Achylles Nichele Chiappin, discorrendo sobre as atividades assistenciais, religiosas e espirituais desenvolvidas pelo Homenageado ao longo de sua vida sacerdotal, mencionando, em especial, o caráter universal da obra literária produzida por Sua Reverência, notadamente na área da Psicologia. Em prosseguimento, o Vereador João Carlos Nedel assumiu a direção dos trabalhos e, após, foi dada continuidade às manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador Sebastião Melo, em nome da Bancada do PMDB, prestou sua homenagem ao Frei Achylles Nichele Chiappin pelo recebimento do Título Honorífico de Cidadão Emérito, citando diversos aspectos alusivos à atuação acadêmica, social e religiosa do Homenageado e afirmando ser Sua Reverência um exemplo de cidadania e solidariedade a ser seguido, o que pode ser verificado através das atividades de cunho social constantemente promovidas por Sua Reverência. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador  Aldacir  Oliboni  a  proceder à  entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Frei Achylles Nichele Chiappin, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. Em prosseguimento, foi realizada apresentação artística pelo Senhor Benhur Ferrão, que interpretou as músicas "Ave Maria" e "Amigos para Sempre". Após, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às vinte e uma horas e quarenta e um minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Carlos Nedel e Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Aldacir Oliboni. Do que eu, Aldacir Oliboni, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada a homenagear o Frei Achylles Nichele Chiappin. Compõem a Mesa o Frei Achylles Nichele Chiappin, nosso homenageado; Sr. Frei Irineu Costella, representando a Ordem dos Capuchinhos; Sr. Frei Rovilho Costa, representante dos Freis de Porto Alegre; Sr. Irmão Élvio Clemente, representante da Pontifícia Universidade Católica; o Ver. Aldacir Oliboni, proponente desta homenagem.

Convidamos a todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.

 

(Ouve-se o Hino Nacional.)

 

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra e falará em nome das Bancadas do PT, do PMDB, do PC do B, do PHS, do PPS e do PSL.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da mesa e demais presentes.) O Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre é uma das mais destacadas homenagens que a Câmara Municipal confere a pessoas que, por seu desempenho ao longo da vida, tenham contribuído com o seu trabalho para o desenvolvimento social, político, cultural e artístico da sociedade porto-alegrense. Esta homenagem traduz a gratidão da nossa Cidade através do seu Poder Legislativo a pessoas que se dedicam à construção de uma sociedade melhor, mais justa e humana. Há pessoas em nosso meio que podemos definir como seres especiais. Elas não cansam e sua visão acerca do mundo e da própria humanidade vai além da capacidade dos normais. Buscam o que falta ser feito, lutam para atingir a excelência que o Criador renovou para nós. Pessoas assim levam ao mundo o seu pensamento, contribuindo para o desenvolvimento de toda a humanidade, ora trabalhando, ora estudando, ora evangelizando. Viajam pelos continentes afora, dando notícia da existência da nossa gente, do povo brasileiro, dos gaúchos e da nossa Cidade. Promovem a nossa cultura, a nossa capacidade de somar esforços pelo bem da dignidade da pessoa humana, independente da raça ou de credo. Frei Achylles Chiappin, uma dessas raras pessoas que dedica a sua vida aos semelhantes através da educação, da cultura e, principalmente, da fé, desde Porto Alegre, passando por várias regiões do Brasil e até da Europa, Oriente Médio, Ásia, África, América do Norte. Na jornada da vida, protagonizou aventuras que dão especial colorido à sua caminhada. Vejam, por exemplo, que foi registrado dois dias antes do nascimento. Como pode ter acontecido isso? Naquela época era possível, em sete de novembro, situação incomum, pois, em 1932, os recurso da medicina eram escassos, e seus pais tiveram de informar as características da criança, inclusive do sexo, ao Cartório de Registros Especial, bem antes de ter nascido. Depois, o nosso homenageado poderá explicar esse fato tão importante. O segundo aspecto, poderíamos dizer que, jovem, foi estudar pós-Mestrado em Psicologia em Nova Iorque. Recebeu passagem aérea, mas resolveu viajar de modo diferente. Saiu de Porto Alegre de ônibus. Percorreu toda a América do Sul, via Cordilheira, cruzou a América Central, incursionando pela América do Norte, através do México e, de lá aos Estados Unidos, no Texas, onde tem parentes. De lá até o seu destino, na Universidade de Columbia, Nova Iorque, conheceu boa parte dos três continentes, e, nesse período, nessa viagem, foi assaltado e ameaçado de morte nas geleiras andinas, entre a Bolívia e o Peru. Ampliou sua experiência e ainda conseguiu poupar alguns dólares. É claro, preferiu ir de ônibus, e não de avião. Por que será? O importante é que esse homem, que também teve suas aventuras, e que ficamos sabendo de algumas delas depois de muito tempo, está aqui conosco e é o nosso homenageado. O nosso homenageado é filho da família, a qual tem quatro filhos de Aquilino e Tereza Chiappin. O Achyliles é o segundo da família. Nesta noite, aqui estão presentes o Sr. Ary, o Ady e o Adair, acompanhados de suas famílias, que eu pediria, por gentileza, pudessem levantar para destacarmos aqui a família do nosso homenageado. Estão aí presentes os três manos, agradecemos a eles pela presença. Uma salva de palmas. (Palmas.)

O nosso homenageado iniciou os seus estudos no colégio La Salle, de Caxias, percorrendo depois Veranópolis, Flores da Cunha, Ipê, Ijuí, Marau, Garibaldi, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Nova Iorque e Roma. Trabalhou e lecionou no Brasil e no estrangeiro por muitos anos. Foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Vicente Scherer na Igreja Santo Antônio do Partenon aqui em Porto Alegre. É bacharel licenciado em Pedagogia pela PUC de Porto Alegre e pela Universidade Federal de Passo Fundo. Entre os seus títulos, poderemos destacar: Mestrado em Psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Mestrado em Teologia na Pontifícia Universidade Lateranense na Cidade de Roma, Itália, com Pós-Mestrado na mesma, Pós Graduação em nível de Mestrado em Orientação Educacional na Universidade de Santa Úrsula, Especialização em Línguas na Faculdade das Américas, especialização sobre Orientação Profissional na Fundação Getúlio Vargas, todas no Rio de Janeiro. Pós-Graduação em Inglês na Universidade de Columbia, Nova Iorque, especialização em Psicologia no Saint Patrick College Cáritas, em Nova Iorque, através da ONU, incluindo tema sobre “Jovens e o Problema das Drogas no Mundo”, com pesquisas e levantamentos nos países da Europa.

Senhores e Senhoras, momentos como este que vivemos hoje, devem servir para que, ao rendermos a nossa homenagem ao Frei Achylles possamos divulgar aspectos que tornam a sua via tão bela, singular e desse modo deixar registrado o nosso reconhecimento, que não é apenas deste Vereador e amigo, mas de toda a Cidade de Porto Alegre. Por isso, refiro, desta tribuna, alguns títulos obtidos pelo nosso homenageado. São méritos dele, conquistados no curso de sua vida, em vários lugares espalhados pelo mundo e agora, também aqui em Porto Alegre nesta Casa Legislativa. Frei Achylles participou de diversos cursos, encontros, especializações, congressos sobre Psicologia, Parapsicologia, Bioética, Doutrina Social da Igreja, Didática, Relações Humanas, Psicoterapia, Psicopatologia e leitura dinâmica em Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso, bem como nos Estados Unidos e Europa.

Ministrou ainda centenas de cursos no Brasil e no Exterior sobre as matérias de interesse social e comunitário em universidades e outras instituições inclusive nesta Câmara Municipal, quando, a convite, palestrou aos Vereadores acerca da ética na política, e lotou essas galerias onde estão os presentes.

Conhece, entende, fala e escreve em seis idiomas: italiano, inglês, francês, latim, espanhol e português. Foi professor de línguas, especialmente de latim, em Roma.

Recebeu diversas menções em Assis e Roma, na Itália. No Rio de Janeiro, recebeu o Título: “Ilustres Personalidades”, por trabalhos culturais realizados.

Este currículo é extenso, mas peço a atenção de todos, porque é um currículo invejável e importantíssimo que, de fato, congrega ao que nós estamos fazendo aqui, ou seja, homenageando-o com o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre. Também em Porto Alegre, por trabalhos desenvolvidos no Hospital São Lucas, da PUC, que foi onde conheci o Frei Achylles, por ser funcionário dessa entidade, há 22 anos, e no Hospital Mãe de Deus; em Ipatinga, Minas Gerais, por vários cursos na UNIMINAS.

Em Roma, recebeu a Medalha “Giornata Mondiale dela Pati”, do Papa João Paulo II, no Vaticano, com quem esteve em muitas oportunidades, e, para comprovar isso, eu faço questão de mostrar duas fotos que são importantes e estratégicas: uma com os seus colegas, padres, e a outra com o próprio Papa João Paulo II, em Roma.

 

(Mostra as fotografias.)

 

Orgulhamo-nos de mostrar aqui as atividades comprovadas a todos os senhores e senhoras.

Exerceu atividades em cargos como o de Coordenador do Departamento de Estudos e Pesquisas Psicológicas da FAFI e UNIJUÍ. Reitor, Vice-Reitor e Prefeito dos Estudos de Roma no Collegio Internazionale, São Lorenzo Brindisi, na Itália. Professor na Pontifícia Universidade do Rio de Janeiro e nas Universidades Santa Úrsula e Fluminense, ambas nesse Estado.

Professor de Psicologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nas Universidades de Pelotas, Ijuí, Santo Ângelo, Cruz Alta e Santa Rosa. Professor de mestrado na Universidade Federal de Florianópolis, lecionou no Instituto Antonianun de Roma sobre “Personalidade”. Coordenador e Diretor Guardião por três vezes no serviço dos Capuchinhos no Estado do Rio Grande do Sul, em Ijuí, Marau e  Porto Alegre. Professor de Psicologia em Nápole, Hospitais Gemelli e Cristo Ré em Roma. Diretor e Presidente do Instituto Voti Amica, de Roma, que atende por telefone nos casos graves de drogas, suicídios, dentre outros dramas da vida. Coordenador de cursos de formação permanente, em nível Internacional, em Assis e Roma na Ordem dos Franciscanos. Criador dos cursos de Italiano para estrangeiros em Frascati nas cidades de Roma e Porto Alegre. Vice-Presidente da Sociedade Partenon Literário, no Rio Grande do Sul. Pesquisador pela Ordem Franciscana e pela ONU, em quarenta e três países, para Assuntos de Formação Permanente de Jovens e Famílias. Achylles Chappin ainda encontrou tempo para brindarmos com quatorze livros, sobre Educação, Psicologia, Teologia e formação, além de diversas colunas e artigos em revistas e jornais e muitas inserções e entrevistas em programas de rádio e TV em todo o Brasil, sempre difundindo a educação, a cultura e a saúde, erguendo sua voz na defesa dos jovens, da família, da paz e da solidariedade entre as pessoas, muito especialmente dos gaúchos. Como dissemos no início, um incansável homem de fé que luta diariamente pelo que acredita, sempre disposto, alegre e confiante e jovial. Frei Achylles, sua força e vibração são dádivas que contagiam a todos que têm a graça de viver próximo do senhor e da sua pessoa. Sua vida nos inspira a buscar, a cada dia, novas alegrias, para continuarmos lutando pela sociedade que sonhamos. O senhor é o exemplo que precisamos, e tomamos a liberdade de encerrar, citando um pensamento que, sabemos, o senhor escreveu e adota como um princípio: “A vida de cada pessoa se mede pelo grau de amor que oferece, pelo ideal que escolhe e vive autenticamentente, e pela disponibilidade que dedica a Deus, a si mesmo e ao próximo, em cada momento da vida. O caminho se faz caminhando a vida.”

Porto Alegre, nesta data, lhe rende a justa homenagem.

Que Deus lhe abençoe dando-lhe força, saúde e lucidez para prosseguir nessa caminhada. Parabéns por este dia. Parabéns porque Porto Alegre te homenageia pelos teus excelentes serviços prestados a esta comunidade, ao Estado, ao Brasil e, por que não, ao mundo, que hoje presta esta homenagem com muito amor e carinho para todos nós e para Vossa Senhoria. Muito obrigado e que Deus nos abençoe! (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Solicito que o Ver. Aldacir Oliboni assuma a presidência dos trabalhos, pois pretendo me manifestar.

 

(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra e falará em nome do Partido Progressista Brasileiro.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) (Lê.) “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre a montanha, nem se acende uma luz para colocá-la debaixo do alqueire, mas, sim, para colocá-la sobre o candeeiro, a fim de que brilhe a todos os que estão em casa. Assim, brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos céus.” Essas palavras de Jesus, extraídas do Sermão da Montanha, uma das mais lindas páginas do Evangelho, são singularmente apropriadas ao evento de que estamos participando, neste momento. A mensagem ali contida é cristalina. O cristão deve ser impregnado da luz da Verdade. Mas essa luz não pode ficar escondida, para seu uso e proveito exclusivos. Ela deve brilhar diante dos homens, para que estes possam perceber, nos cristãos, o que significa “ser cristão”, pelo testemunho de vida que dão e pelas boas obras que praticam. Mas é preciso, também, que tais coisas aconteçam para que o Pai que está nos céus seja glorificado. Em outras palavras, Deus é glorificado nos santos de seu povo. Quero, portanto, em nome da Bancada do Partido Progressista Brasileiro, que me honro de integrar, ao lado de meus ilustres companheiros, Vereadores João Dib, Pedro Américo Leal e Beto Moesch, louvar a excelente iniciativa do Ver. Aldacir Oliboni, ao propor a concessão do Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre a esse já eminente cidadão e brilhante Sacerdote que é o Frei Achylles Nichele Chiappin. Frei  Achylles Chiappin é sacerdote piedoso, com conhecimento e desenvoltura. Trabalhador junto à ONU, foi Reitor do Instituto São Lourenço em Roma e muito chegado ao Papa João Paulo II. Eu tive a ocasião de pedir-lhe que, em 1990, marcasse uma audiência especial com Sua Santidade para mim e para a minha esposa Glória em Roma. Ele marcou, só que marcou e não me avisou, é claro que era impossível, porque ele estava em retiro, em Assis, justamente quando eu estava em Roma e procurava por ele. Como ele estava em retiro, estava fechado, então não pude confirmar a audiência, mas não tem importância, eu estive lá, sentado na última fila daquele imenso auditório, dei uma abanadinha para o nosso querido Papa. Muito obrigado pelo seu esforço. Tenho certeza de que o senhor teve todo o empenho para que isso se realizasse. Vejam o trabalho também do Frei Achylles junto ao nosso querido Papa.

Frei Achylles Chiappin é sacerdote piedoso, homem de vasto relacionamento humano e cristão, ao qual contempla, com largueza de espírito, com uma cultura pessoal e profissional, fruto de longos e incessantes anos de estudo devotado.

Poliglota, professor de reconhecida sabedoria, Frei Achylles tem ocupado cargos em atividades honoríficas importantes e recebido inúmeras láureas, no Brasil e no exterior.

Escritor fecundo e pensador de estirpe, tem quatorze obras publicadas, centenas de artigos publicados em jornais e revistas, sendo nome certo das pautas de emissoras de televisão e rádio, para os incontáveis temas que é capaz de abordar com conhecimento e desenvoltura.

Destacado que tem sido no campo da Psicologia, de que é Mestre também fora dos meios puramente acadêmicos, seus escritos e manifestações, entretanto, têm caráter universal e demonstram sua clara preocupação com a construção do futuro e a edificação do reino de Deus.

Prezado Frei Achylles.

Ser luz do mundo é uma obrigação de quem se diz cristão.

É também uma graça, um talento recebido de Deus e que deve ter seus efeitos conhecidos, reconhecidos e multiplicados.

Parabéns pela luz de que o senhor é portador.

Parabéns pelo bom uso que faz dessa luz, fazendo-a radiosa, fulgurante e ígnea, vetora do ensinamento de Cristo e propagadora do fogo do Espírito Santo.

Receba o Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre como um reconhecimento ao seu indiscutível mérito, sim. Mas receba-o, também, como uma forma de fazer brilhar a luz do cristianismo para todas pessoas, para a Glória do Pai, que está nos céus.

Deus o abençoe!

(Não revisto pelo orador.)

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra e falará em nome da Bancada do PMDB.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Gostaria de dizer que, quando esta Casa se reúne para chancelar um título, na verdade o povo da Cidade está, através de seus Vereadores, fazendo uma homenagem a quem tanto fez pela nossa Cidade. Então, este é o primeiro destaque que eu queria dar, Frei Chiappin, porque este ato, neste momento, significa que a Cidade de Porto Alegre, através de sua representação, por unanimidade concedeu este título, de forma muito justa. Ouvi atentamente aqui brilhantemente o autor da proposição e também o Ver. Carlos Nedel falarem da sua trajetória, da sua história e fiquei aqui anotando algumas questões quando os meus colegas Vereadores colocavam. Ele é um poliglota, ele é um escritor, ele é um professor. E eu acrescentaria, o senhor é, acima de tudo isso, um humanista. Isto resume tudo aquilo que foi colocado aqui pelos meus colegas.

Eu me lembro, Frei Chiappin entre as suas quatorze obras, das Confissões de Mário Quintana, o poeta da Cidade. O senhor, que quando responsável na PUC, visitava um por um dos enfermos, levando conforto a eles e a seus familiares; o senhor, que quantas vezes faz as missas ali no Cemitério João XXIII, no Dia de Finados; o senhor que quantas vezes sai da sua residência e vai ao encontro das pessoas nas suas casas, especialmente os humildes quando não têm dinheiro para comprar o remédio e o senhor compra o remédio e vai levá-lo lá nas casas.

Eu diria, Frei Chiappin, que este mundo é magnífico, extraordinário, mas de tantas incompreensões, tantas individualidades, tanto materialismo – eu sempre digo isto, de todas as crises existentes na humanidade ao longo da sua história, tem uma que permanece que é a falta de solidariedade humana, tristemente e lamentavelmente.

Então, o espírito católico e o espírito desenvolvido pelo senhor, quando nós o homenageamos, eu gostaria, em meu nome e em nome do Ver. Luiz Fernando Záchia, que também representa o PMDB nesta Casa, que além de dizer tudo isto que os meus colegas, com muita propriedade, disseram do Professor, do Vice-Reitor da Universidade de Roma, do Instituto lá de Roma, de quem esteve na ONU, de quem foi Professor da Pontifícia Católica do Rio de Janeiro e tantas outras atividades que poderíamos adentrar a noite e a madruga falando de toda trajetória, que eu diria que se resume numa questão somente: o humanismo.

Por isso queremos, com muita alegria, trazer não somente o nosso abraço afetivo, mas trazer a calorosa emoção e a certeza de que esta sociedade tem jeito; este nosso País é magnífico, extraordinário, e, para todos nós, gestos como os do senhor têm de ser exemplos de vida para as gerações futuras, porque precisamos construir um Brasil diferente, onde possamos terminar com a miséria e com tantas outras questões que a sociedade vive, hoje, de Norte a Sul, de Leste a Oeste; um País que é rico, extraordinário, mas onde, lamentavelmente, a riqueza está concentrada nas mãos de dez, cinco ou seis por cento das pessoas, e a maioria do povo vive na miséria.

Portanto, quero destacar esses aspectos, porque a sua caminhada é a caminhada que resgata justamente esses princípios católicos da solidariedade humana, da justiça social, da integração entre as nações, de alguém que construiu toda a sua caminhada nessa direção.

Um abraço muito fraterno, nesta justíssima homenagem que o nosso querido Ver. Aldacir Oliboni, em boa hora, propôs. Fechamos com chave de ouro este final de ano aqui na Câmara, já que na quinta-feira a Câmara encerra as suas atividades ordinárias, com esta extraordinária homenagem na noite de hoje. Parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Convido o Ver. Aldacir Oliboni a proceder à entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao nosso homenageado.

 

(Procede-se à entrega do Título.) (Palmas.)

 

Neste momento, convidamos o nosso homenageado, Frei Achylles Nichele Chiappin, para fazer uso da palavra.

 

O SR. FREI ACHYLLES NICHELE CHIAPPIN: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) É com sentimento de grata satisfação que eu desejo começar agradecendo. A gratidão é a mais bela flor que pode brotar de um coração humano. Quero agradecer àqueles que ajudaram a realizar a minha vida e àqueles que proporcionaram este momento de celebração da vida - para mim é um momento de celebração da vida.

Muito grato aos familiares, aos meus mestres, aqui na pessoa do Irmão Élvio Clemente, onde trabalhei mais de 25 anos na PUC, aos amigos Vereadores e a todos os presentes.

Convidado a receber esta homenagem, eu vos confesso que relutei. Julgando-me não merecedor, embora tenha dedicado a vida em fazer o maior bem possível a todos, como maior bem para mim, certamente. Estimularam-me, no entanto, os Vereadores, os amigos, coirmãos, e acabei, então, aceitando. Tantas vezes, meus amigos -  não é verdade? -, abrimos os meios de comunicação e um deslize de um religioso, de uma religiosa atrai tantas críticas. E alguém me dizia: “Aceite essa oportunidade para que possamos também promover os nossos irmãos.” Muito bem disse o Ver. João Carlos Nedel: “Que vejam vossas boas obras para a edificação dos irmãos.” - palavras da Bíblia.

Quero, neste momento, agradecer, de um modo todo especial, a um grande amigo aqui presente, com quem começamos a nossa luta, não é Oliboni? No Hospital da PUC, desde o início, e ele lutando, trabalhando, perseverando; e eu vos afirmo que esse jovem vai muito longe na arte da política, no Rio Grande e no Brasil. Guardem essas palavras que um dia vocês irão recordar.

Retorno hoje, nesta Câmara Municipal, agradecido, pois há algum tempo estive aqui a convite do Enio, que está aqui presente, falando sobre a ética política, numa época bastante agitada. Para surpresa minha, lotadas as cadeiras e até - lembro-me muito bem - as escadarias aqui. Pensava em encontrar meia dúzia de pessoas e jamais teria pensado que esta Casa visse, na ética política, um grande ideal, conforme os relatos do Ver. Aldacir Oliboni, na sua grande generosidade; do nosso querido amigo, Ver. Nedel; e do nosso querido Ver. Sebastião Melo.

Eu nasci na cidade de Caxias do Sul, na chácara onde está hoje o Parque, lá aprazível, Samuara. Era uma bela chácara, de frutas, de mato, de passarinhos. Estudei, depois, no Colégio La Salle de Caxias. Em 1945, os pais vieram para Porto Alegre a convite e iniciei minha caminhada, então, pensando sempre alto e longe.

Sonhar é bom; agir é melhor ainda. Sonhava estudar e trabalhar no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Nova Iorque, Europa, Oriente, por este mundo afora. Creio que eu tenha lido o livro sobre a gaivota, acho que isso despertou em mim, senão o Pequeno Príncipe, de Saint Exupery. E, graças a Deus, meus amigos, tudo isso se realizou, podendo agora - é isso que importa - devolver ao meu querido País, o Brasil, a cultura acolhida lá fora, mas, de um modo especial, ao Rio Grande e à nossa querida Porto Alegre. Mas como? Como já disseram os oradores que me precederam. Resumo apenas: trabalhando nas universidades – aqui uma palavra de carinho, em especial, ao Irmão Élvio Clemente – Pontifícia Universidade Católica; em 1958, quando estudei e lecionei onde é hoje o Rosário. A PUC, a UFRGS - onde o querido Frei Obílio Costa me convidou a entrar e lecionar - Pelotas, Ijuí, Passo Fundo, Florianópolis, PUC do Rio de Janeiro e outras universidades.

Em segundo lugar, isso me agrada, Ver. Sebastião Melo, o que V. Ex.ª tocou é o que mais me sensibiliza: operando em favelas da Conceição, com a Irmã Neli, com um carro-capela, abrindo as comportas do lado e a porta de trás; confessando, rezando missa, catequizando e orientando aquele povo humilde, sem camisa, sem nada nos pés. Na Favela Santa Luzia, quem conheceu essa favela, onde está hoje o Jardim América - não é Frei Irineu Costella? - era, talvez, a mais terrível favela de Porto Alegre. Só se podia entrar naqueles becos, de batina franciscana; porque à paisana, um estranho dificilmente sairia de lá vivo. Nas favelas do Navegantes, que ainda hoje existem lá; nas favelas do Veludo, de Belém Novo. Mas o que me impressionou foi a favela da Rocinha, do Rio de Janeiro, e a favela Cristo Redentor que, por várias vezes, ameaçaram a minha vida grupos que vigiavam a área ao redor da Igreja, da pequenina capela nas montanhas.

Alfabetizando operários no Cais do Porto e escolas mais pobres da Cidade, tive a alegria, quando foi criada a alfabetização - 1.º, 2.º e 3.º ano - e, lá no porto, onde as baratas e os ratos, às vezes, durante a aula de alfabetização, corriam na frente daqueles pobres e ricos operários de conteúdo analfabéticos, talvez, uma das lembranças mais gratificantes da minha vida. Atendendo - como disseram há pouco - o Hospital São Lucas, da PUC, por 15 anos, milhares e milhares e milhares de pessoas. Vejo um grande número de médicos na PUC, que não posso citar, pois a lista muito grande. Bem como do Hospital Mãe de Deus, onde foi tão bom trabalhar; o Hospital de Cardiologia; Hospital de Clínicas; Hospital São Pedro, onde me encontro hoje, como o São Francisco encontrava os leprosos, um dos mais belos encontros semanais, celebrando aos sábados a missa para uma centena de doentes mentais. Dão-me tanta alegria, que o coração, às vezes, pula no meio dessa gente pobre de espírito, mas rica de coração; nos hospitais da Itália, dos Estados Unidos. Mas uma das minhas gratificantes alegrias foram palestras e cursos aos jovens; aos casais. Este ano já são cento e cinqüenta e duas palestras aos casais. Está aqui o Pastor Rui Bonatto e Arlete Bonatto - por gentileza levante-se -, grandes líderes da Igreja Luterana de Porto Alegre, que reúnem cinqüenta casais, como sábado passado; oitenta, cem casais e convidam este humilde fradezinho para meditar, rezar, e refletir com os casais. Isso é lindo demais, Pastor Rui, Arlete, e comuniquem a centenas e centenas de casais amigos da Igreja Luterana de Porto Alegre. Isso é ecumenismo realmente. Espalhando, meus amigos mais de cinqüenta mil livros, informativos, grande parte deles gratuitos e outros vendidos porque o Frei Rovilho, desde o início, foi aquele que impulsionou a escrever esses quinze livros.

Este homem, que já lançou mais de dois mil escritores, que hoje realiza um grande trabalho na imprensa, levando o nome de Porto Alegre e do Brasil para mais de quarenta países, especialmente na ONU, na UNESCO, no Vaticano, na FAO e na OIT – Organização Internacional do Trabalho, em Genebra.

Basta lembrar aqui, meus amigos, os gratos diálogos com o Papa João Paulo II, que sempre me pedia do Brasil e de Porto Alegre.

Vale a pena lembrar, Oliboni, o que o Papa um dia me disse, como coordenador das pessoas que iam visitá-lo - que pena, Nedel, que não estava lá, pois o teria levado a saudar o Papa mão-a-mão e abraçá-lo -, o Papa se aproximou e me perguntou: “De onde é você, Frei Achylles?” “Sou do Brasil.” Respondi. Disse o Papa: “País mais rico e belo do mundo. O mais rico, porém, rico de problemas e de injustiças.” Isso eu gravei aqui na cabeça. E o Papa pergunta: “De que parte do Brasil você é?” – “De Porto Alegre”, respondi. Neste momento, o Papa me disse, nitidamente, isso: “Porto Alegre, VARIG, churrasco, o Papa é gaúcho, chimarrão, ecumenismo!?” E eu fui curioso: “Por que ecumenismo?” Diz ele: “Quando eu estive em Porto Alegre, o Cardeal Scherer me levou para a cripta da Catedral. Qual não foi a minha surpresa, quando um Rabino veio e me beijou a mão, beijou-me a face, abraçou-me; um Pastor Luterano, Anglicano, Metodista, Batista e outros Pastores, abraçam-me, beijam-me e sentam ao redor de mim e juntos tivemos o mais belo diálogo mundial, sem dúvida nenhuma”. O documento do meu Mestrado e Doutorado na Universidade Lateranense tinha como base o ecumenismo de Porto Alegre. Ainda me permito dizer que por quinze feiras tive a sorte, graças em grande parte ao Freio Rovilho, de lançar quinze vezes autógrafos nas feiras. Estou descrevendo apenas alguns traços, porque me foram pedidos, pois fazer silenciando é muito melhor. Quem fala, planta; quem escuta, colhe, colhe o bom trigo.

Muitos fatos poderiam ser contados, peripécias, aventuras, como citou o Ver. Aldacir Oliboni. A viagem de Porto Alegre a Nova Iorque, de ônibus, com peripécias mil. O acidente e a morte do goleiro do Grêmio, Guilherme, com muitas vítimas, dentre as quais, eu. Porém, não morri, ainda estou aqui, mas fui considerado morto, pois no jornal dizia que o Frei Achylles morreu no próprio local do desastre, e quando li, não acreditei, porque pude provar que estava vivo. Terrível assalto entre Bolívia e Peru. Eu estava conversando com um engenheiro grego, e eles pensavam que eu era americano, e ouvi essas frases do motorista e do cobrador: “Vamos quitar esses homens americanos, pois nas maletas há muitos dólares”. Felizmente, Nossa Senhora das Neves – caía muita neve, a quem invoquei – inventou uma engenhosidade, e eu comecei falar em português, então eles se convenceram de que eu não era americano, pois eles matavam tudo que era americano que houvesse por lá, então salvaram a minha vida e pude, então, continuar a viagem. No Canal do Panamá, onde fomos presos, não foi fácil nos libertarmos. As bombas explodidas em Jerusalém. Eu levava a cruz, a parte mais pesada; a Cristina levava o rabinho da cruz atrás, quando, de repente, quatro ou cinco meninos palestinos jogaram litros de gases e bombas na Sexta-Feira Santa diante de nós. Como as bombas explodiram para o lado dos palestinos, nada sofremos, senão, talvez, nós seríamos hoje mártires brasileiros na via crucis da Sexta-Feira Santa em Jerusalém, não é, Cristina? O naufrágio no Rio Uruguai; atendendo os naufragantes das enchentes, naufragamos também. Só altas horas da noite nos salvamos pelos argentinos e fuzileiros navais. O avião em chamas de Porto Alegre ao Rio, que também foi algo estranho; peripécias que ele mandou citar.

Quero apenas aqui elevar o meu pensamento a Deus, que me deu tantas e tantas graças e oportunidades de poder doar-me ao próximo, aos irmãos. Volto a agradecer ao generoso amigo Ver. Aldacir Oliboni e a sua briosa equipe: o André, a Beatriz, Inajá, Maurício, Rodrigues e o Brasil, que giramos tantas horas juntos, aos amigos João Carlos Nedel, Estilac Xavier, Vereadores todos sempre prontos e amigos toda vez que recorremos aqui. Minha profunda gratidão aos familiares aqui presentes, aos meus queridos mestres, a quem devo tudo o que pude fazer, aos coirmãos e amigos, companheiros de luta, superação e vitórias. Desejo concluir deixando esta mensagem que foi apenas um pouco dos princípios que me nortearam. Dentro de cada um de nós há potencialidade de gratificantes e belas realizações, cumpre extraí-las, suscitá-las, realizá-las. Segundo, o problema, o obstáculo, a pedra nunca serão tropeços, mas degraus para subir na experiência, maturidade e espiritualidade de vida. Terceiro, nossa  vida é determinada pelos nossos sonhos, ideais e valores. Dizei-me quais são os vossos valores e sonhos e vos direi qual é a vossa vida e qual será a vossa vida um dia. Precisamos fazer as ações, seus resultados nem sempre dependem de nós, mas de condicionamentos mil, independentes de nós. A arte de ser amado é começar a amar primeiro. Em todas as nossas relações familiares, educacionais, sociais e profissionais não há felicidade maior neste mundo do que procurar a própria felicidade em fazer a felicidade dos outros, por uma atitude da mente e um estado de espírito frente a tudo o que vier na vida. O diálogo sereno, humilde e transparente é a alegria de viver feliz. Acima de tudo, concluo dizendo: só a harmonia com Deus gera harmonia dentro de nós, e a harmonia conosco gera harmonia em torno de nós, com o nosso próximo e a “sinfonia universal de todas as criaturas”, como São Francisco gostava de cantar. A todas as autoridades aqui presentes, a todos os amigos quero dizer que sou muito grato e que Deus os abençoe! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em homenagem ao Frei Achylles, ouviremos, a seguir, o tenor Benhur Ferrão, apresentando as músicas intituladas Ave Maria e Amigos para Sempre.

 

(Assiste-se à apresentação.)

 

É uma honra para esta Casa nesta Sessão Solene entregar este Título a tão grande personalidade. Como já disse o Ver. Aldacir Oliboni, é Porto Alegre que lhe agradece por esses talentos colocados a serviço do povo e a serviço da Igreja. Por falar nisso, V. Ex.ª esqueceu um detalhe importante, uma passagem muito importante por esta Casa: uma das primeiras missas rezadas em nossa Capela, nesta Câmara, foi presidida por Frei Achylles Chiappin.

Esta Casa se sentiu abençoada.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.

 

(Ouve-se o Hino Rio-Grandense.)

 

Agradecemos a presença de todos e damos por encerrada a presente Sessão Solene. Muito obrigado.

 

(Encerra-se a Sessão às 21h41min.)

 

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